sexta-feira, 5 de setembro de 2008

● CAPÍTULO UM DO LIVRO EVENTOS: GERAÇÃO, SELEÇÃO E TESTE DE IDÉIAS PARA EVENTOS ●

Quando se busca um novo projeto em eventos, várias idéias podem surgir. É preciso, entretanto, que a identificação da melhor idéia passe por um processo estruturado, considerando-se três etapas: geração, seleção e teste.
Muitas empresas ou profissionais empenhados no lançamento de eventos apostam logo na primeira idéia. Mas, de qualquer forma, as empresas ou profissionais da área, assim como outros setores, devem ter a possibilidade de gerar várias idéias para que delas resultem poucas realmente boas. Várias são as fontes a que se pode recorrer na geração de idéias, mas algumas técnicas são necessárias para garantir seu melhor proveito:
· Observação: um bom observador é, geralmente, um bom gerador de idéias.
· Auto-análise: muitas idéias surgem de uma auto-análise, da reflexão sobre as necessidades próprias que não estão sendo atendidas por nenhuma empresa.
· Leitura: a junção de várias experiências pode abrir a mente para possibilidades antes não consideradas.
· Brainstorming: sem o boicote a nenhuma idéia, desde que bem estruturadas, podem trazer resultados inesperados, principalmente quando abertas a profissionais de níveis intermediários e de diferentes setores da empresa.
· Network: conversas informais com amigos, colegas de profissão ou áreas de atuação são técnicas informais, mas que, de maneira descontraída, podem levar o profissional a gerar boas idéias.

As fontes de geração de idéias são inúmeras e podem ser classificadas em duas categorias: internas e externas à empresa.

Fontes internas

Seja por meio de uma estrutura formal e oficial de pesquisa, seja informalmente, promovendo-se brainstormings entre os funcionários, adotam-se caixas de sugestões ou mesmo organizando-se pesquisas internas. Muitas empresas não dão a devida atenção às informações colhidas por elas. Conseqüentemente, deixam de obter importantes subsídios para o desenvolvimento de novos eventos.

Como as fontes internas podem ajudar na geração de idéias

· Equipe de Vendas: os vendedores responsáveis por oferecer os eventos da empresa conseguem, após várias visitas, reportar ricas informações, que ficarão nas mãos somente de cada vendedor, não resultando em benefício da empresa promotora de eventos.
· Equipe de suporte e atendimento: podem também contribuir para enriquecer uma discussão da direção da empresa sobre melhorias nos atuais eventos ou na idealização de novos eventos.
· Caixa de sugestões. são úteis para obter opiniões de quem trabalha no dia-a-dia da operação sobre idéias de melhorias nos atuais eventos ou de novas idéias.
· Pesquisas internas: São realizadas por meio de questionários aplicados durante reuniões de focus group ou entregues a cada funcionário participante.
· Estrutura interna de pesquisa: é comum empresas terem uma estrutura dedicada a pesquisar novas idéias de eventos ou novas formas de realizar os atuais.

Segundo pesquisa apresentada por Kotler e Armstrong (2003), aproximadamente 45% das idéias de novos produtos são geradas dentro da empresa. Essa fonte é, portanto, uma das mais interessantes para a empresa na busca por idéias. Embora não se conheçam dados nacionais, é bastante provável que também aqui essa proporção seja elevada.

Fontes externas

Podem-se buscar informações externamente nas empresas com as quais se relaciona, nos concorrentes e ainda observando outros eventos, anúncios e reportagens.

· Clientes: suas necessidades e seus desejos podem ser reconhecidos por meio de pesquisas e estudos realizados pela própria empresa ou, quando comportar, por um instituto de pesquisa especializado. Pode-se utilizar de pesquisas de satisfação, brainstormings periódicos, workshops e reuniões de grupos de clientes.
· Fornecedores e parceiros de negócios: fornecedores, distribuidores e parceiros de negócios, além de agências de publicidade e propaganda são fontes que se relacionam com outros setores e podem relatar experiências diferentes do dia-a-dia da empresa.
· Concorrência: saber o que a concorrência está fazendo e tentar descobrir seus próximos passos pode servir de fonte para possíveis idéias. Deve-se analisar não somente os atuais concorrentes como também os potenciais, já que eles podem estar se direcionando para o mesmo caminho que a empresa.
· Outros eventos: a partir da observação e participação de vários tipos e dimensões de eventos, pode-se identificar o que pode ser feito melhor, o que está faltando e o que pode ser aproveitado.
· Outras fontes: livros, reportagens ou anúncios em revistas, jornais, outdoors ou qualquer outro veículo de comunicação fazem parte, portanto, das fontes externas de obtenção de informações.

Seleção de idéias

Embora geralmente um número grande de idéias geradas seja interessante, é necessário selecionar a melhor, ainda que seja doloroso descartar idéias interessantes.
Nesta fase são avaliadas todas as idéias geradas segundo critérios estabelecidos pela própria empresa, reduzindo-se a uma única ou a poucas idéias. Para a escolha da melhor, primeiramente é necessário definir o que, no caso, se entende por ‘melhor’. São analisados em um primeiro momento fatores como recursos necessários, pontos fracos e fortes, adequação à imagem da empresa e tendências de longo prazo, para, em seguida, serem analisados fatores como demanda prevista e concorrência e o ROI (Retorno sobre e Investimento).
A autora sugere um processo bem simples de seleção de idéias, que foi desenhado para servir de guia para uma discussão mais ampla, e não para tomar a decisão final, que cabe aos executivos da empresa.

Processo de seleção de idéias

No processo proposto pela autora, são analisadas a demanda e a competência interna.
· Demanda: visa considerar a existência da demanda, seu tamanho em valor de receita e a participação possível de mercado diante da concorrência.
· Competência interna: podem ser considerados vários aspectos, como a capacidade técnica de execução da idéia, a existência de recursos internos ou de parceiros, o custo de viabilidade do projeto, o impacto do negócio, a possibilidade de gerar vantagem competitiva e a adequado com a imagem da empresa.
O processo de seleção de idéias pode ser executado, conjunta ou separadamente, pelos profissionais da empresa das áreas de vendas, marketing, produtos, pesquisa ou pela direção da empresa.

Grau de inovação

Ao selecionar uma idéia entre varias, é preciso analisar se ela representará valor real ou único ao cliente e se irá perdurar no longo prazo. Isso significa avaliar seu grau de inovação ou diferenciação no mercado. A autora propõe uma metodologia de perguntas e respostas que consiste em cada resposta corresponder a um grau de inovação (alto, médio, baixo) alcançado pela idéia.

Teste e avaliação das idéias selecionadas

Apesar de a idéia selecionada eventualmente ter sido gerada com processos que envolveram clientes, fornecedores e outras pessoas de fora da empresa, é conveniente que ela seja testada, agora como conceito, por esse tipo de público, antes de partir para o desenvolvimento e execução.
No setor de eventos, a empresa pode testar o conceito utilizando-se de material impresso que descreva a estratégia, o objetivo, o público-alvo e as características do evento, uma vez que, por ser intangível, ficam inviáveis as pesquisas in loco.
De posse desse material, o promotor do evento pode efetuar visitas informais a um grupo previamente selecionado de clientes e parceiros atuais ou mesmo potenciais para apresentar o conceito.
Uma vez gerada, selecionada e testada a melhor idéia entre as cogitadas, o promotor enfrentará a próxima etapa do processo, que consiste na estruturação da idéia selecionada.


Referência:

GIACÁGLIA, Maria Cecília. Eventos: como criar, estrutuar e captar recursos. São Paulo: Aleph Thomsom, 2006.

3 comentários:

Cidadão Cão disse...

Que resumão! Da próxima vez, façam mais sintético. Mas ficou bem bom.

Inflecta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

blog ficou show de bola hein!
agora se preocupem com o conteúdo que vou deixar isso aqui um brinco

© 2008 Por Luís Belloni